Os estoques de glicogênio em neonatos estão predominantemente localizados no fígado e no miocárdio. Lactentes considerados pequenos para a idade gestacional e prematuros podem ter reservas de glicogênio inadequadas, resultando na incapacidade de estabelecer uma gliconeogênese adequada. Além disso, alterações no metabolismo materno, problemas neonatais intrínsecos e distúrbios endócrinos e metabólicos também contribuem para a predisposição à hipoglicemia.
Muitos recém-nascidos com baixos níveis séricos de glicose são assintomáticos inicialmente. O surgimento dos sintomas pode ocorrer em um intervalo que varia de algumas horas até uma semana após o nascimento. Os sinais de hipoglicemia neonatal incluem irritabilidade, apneia, episódios de cianose, hipotensão, tremores, convulsões, hipotonia, letargia e dificuldade na alimentação. Devido à natureza sutil de muitas dessas manifestações, é importante manter sempre uma suspeita elevada em recém-nascidos considerados de alto risco.
A hipoglicemia em neonatos é diagnosticada quando a glicemia sérica está abaixo de 40mg/dL. No caso de sintomas apresentados pelo paciente, é recomendado administrar Dextrose a 10% em bolus na dose de 1-2ml/kg (100-200mg/kg). Se houver convulsões, o bolus deve ser de 4ml/kg (400mg/kg). Após a administração do bolus, é essencial manter uma infusão lenta de Dextrose a 10% na dose de 5-8mg/kg/min. Se o paciente estiver assintomático, não é necessário administrar o bolus, mantendo apenas a infusão. As doses devem ser ajustadas para manter a glicemia sérica acima de 40mg/dL.
Fontes Bibliográficas:
- Hines RL, Marschal KE. Stoelting, Anestesia e Doenças Coexistentes. 5. Ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2010.
- Lerman J, Coté CJ, Steward DJ. Manual de Anestesia Pediátrica. 6. Ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2018.