Músculos da Ventilação

A respiração pode ser dividida em duas etapas distintas, a saber: inspiração e expiração.

Inspiração

A inspiração é um processo ativo onde a contração diafragmática puxa as superfícies inferiores do pulmão e o conteúdo abdominal para baixo, aumentando o pulmão verticalmente em cerca de 1,5cm. Em uma inspiração forçada, a contração diafragmática é ainda mais intensa, o que resulta em um movimento do pulmão de até 6 – 7cm. Na postura supina e durante a inspiração em repouso, o diafragma é responsável por aproximadamente três quartos do volume corrente.

Os músculos respiratórios acessórios aumentam a expansão torácica (diâmetro antero-posterior), auxiliando portanto na inspiração. Cada costela, à exceção das duas últimas, articula-se posteriormente com uma vértebra e é angulada para baixo à medida que se liga anteriormente ao esterno. O movimento das costelas para cima e para fora, fazendo com que o esterno também se mova anteriormente para longe da coluna, resulta em um aumento aproximado de 20% no diâmetro antero-posterior do tórax. Durante o repouso, os músculos intercostais externos são os mais importantes na elevação da caixa torácica. Entretanto, durante a inspiração máxima, observa-se a ativação adicional dos músculos esternocleidomastóideos, responsáveis por elevar o esterno, assim como o peitoral menor, que eleva as costelas, e os escalenos, que contribuem para a elevação das duas primeiras costelas. Essa coordenação entre diferentes grupos musculares é essencial para alcançar uma inspiração eficaz em situações de demanda respiratória intensificada.

Músculos da Inspiração
A: Inspiração Normal. B: Inspiração Máxima. FONTE: Widmaier EP, Raff H, Strang KT. Human Physiology: The Mechanisms of Body Function. 2019.

Expiração 

Durante o processo de expiração, verifica-se o relaxamento tanto do diafragma quanto dos músculos intercostais externos, promovendo a retração elástica dos pulmões e da parede torácica e, como resultado, a expulsão do ar. Normalmente, esse processo é passivo quando o indivíduo está em posição supina. No entanto, em expirações forçadas, como aquelas durante a tosse, é necessária a contração dos músculos abdominais – que incluem o reto abdominal, os oblíquos interno e externo, o transverso do abdome – e dos intercostais internos. O resultado será a tração das costelas inferiores para baixo, o deslocamento do diafragma para cima e a consequente elevação da pressão intra-abdominal.

Músculos da expiração
A: Expiração Normal. B: Expiração Máxima. FONTE: Widmaier EP, Raff H, Strang KT. Human Physiology: The Mechanisms of Body Function. 2019.
Fontes Bibliográficas:
  1. Butterworth JF, Mackey DC, Wasnick JD. Clinical Anesthesiology. 6. Ed. New York, NY: Mc Graw Hill Education, 2018.
  2. Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica. 12. Ed. São Paulo: Elsevier, 2011.
  3. Widmaier EP, Raff H, Strang KT. Human Physiology: The Mechanisms of Body Function. 15. Ed. New York, NY: Mc Graw Hill Education, 2019. 

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